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segunda-feira, 31 de março de 2014

A amizade de Jonatas e Davi






                                                       
E, indo-se o moço (Jônatas) levantou-se Davi do lado do sul, e lançou-se sobre o seu rosto em terra, e inclinou-se três vezes; e beijaram-se um ao outro, e choraram juntos, mas Davi chorou muito mais”. 1 Samuel 20:41.




Jônatas e Davi - .r7.com



Por: Cláudio Martucelli




Olá amigos! 
Hoje quero falar com vocês um pouco sobre amizade. 
Sempre que esse tema é apresentado penso imediatamente em dois personagens da Bíblia, Jônatas e Davi.
O que aprendemos dessa relação amigável entre os dois? Boa leitura!

Quando o Altíssimo Deus criou Adão e os demais seres vivos e os pôs no Éden, logo o Criador percebeu que não era bom para o homem viver sozinho, sem uma companhia, sem ter com quem conversar e dividi seus anseios, desejos e os momentos de alegria. Para termos ideia do que é o ser humano sozinho, Adão estava no Jardim do Éden com tudo perfeito e ainda assim, toda aquela perfeição e harmonia não foram capazes de preencher esse espaço destinado à relação humana, em pleno paraíso Adão sentiu falta de uma companhia.
"E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea para ele". Gênesis 2:18.

E quando falo de companhia, por favor, não entendam no simples ato de procriar, de fazer sexo, não! A companhia não se restringe a raça, espécie, ou ao gênero oposto, nem mesmo ao mero ato de fazer sexo, mas,  me refiro a companhia que constrói uma relação baseada na confiança mutua, que gera desejo e harmonia entre os envolvidos, falo de algo que entrelaça a alma gerando alegria e prazer pelo simples fato de estar com o outro.

Quem nunca teve um amigo? Alguém com quem dividimos nossos momentos de alegria e de dor, alguém a quem confiamos nossos segredos e compartilhamos os momentos? 
Talvez este questionamento te fez relembrar suas amizades de infância, pessoas com quem você viveu na rua do bairro, no colégio ou mesmo da faculdade e agora percebe que muitos daqueles amigos ou amigas, ficaram para atrás.

O filósofo grego Aristóteles definiu a amizade da seguinte forma: "a amizade é a alma de dois corpos". Além de Aristóteles vários filósofos, poetas, profetas, cantores, artistas e pensadores deixaram seus relatos sobre a amizade, mas confesso que Aristóteles definiu com grandeza a relação de lealdade, confiança e respeito entre duas pessoas. A amizade é um sentimento puro que liga duas pessoas pelo que elas são, jamais pelo que elas têm, de modo que, quem busca mais do outro acaba deixando muito mais de si mesmo. 

A verdadeira amizade nasce sobre uma plataforma onde "pequenos" e importantes detalhes nos atraem ao outro, onde os sentimentos sinceros são mútuos, onde a confiança, a fidelidade, o amor, o respeito e, sobretudo a verdade são os pilares que sustenta essa base. Esse leque de bons sentimentos mútuos pode ser encontrado na relação entre pai e filho, mãe e filha, no conjugue ou no casal de namorados, porém, como a amizade não se limita ao gênero, a raça ou mesmo ao tempo, ela também está presente na relação entre dois homens, duas mulheres, duas crianças, dois anciões, um jovem e um ancião,  bem como entre um homem e uma mulher. 

Com o avanço tecnológico e a expansão do mundo virtual, cada vez mais pessoas do mundo inteiro se relacionam e surgem novos tipos de “amizades”. Em muitos desses casos a amizade que se iniciou de forma virtual através do computador ou celular em redes sociais, se consolida e prospera a ponto de resultar em namoros e casamentos. Mas, infelizmente esse novo fenômeno também tem produzido várias matérias policiais, não são poucos os casos de estupro, latrocínio, cárcere privado, extorsão e morte. Devido a essa enxurrada de noticias tristes, na maioria das vezes a "amizade virtual" não ultrapassa a barreira de “Amigo Online”.

Na Bíblia encontramos muitos relatos de amizades, uma das primeiras citações nos fala da amizade entre Abraão e o Deus Altíssimo, temos também outro incomparável exemplo, o de Jesus, o Fiel Amigo que deu a própria vida por todos nós. Contudo, pretendo explorar o texto bíblico de 1 Samuel 20:41 que fala da amizade entre Jônatas e Davi, tendo em vista que essa relação de amizade se deu entre duas pessoas comuns, sujeitas às mesmas paixões e limitações humana.  

Atualmente existem “amigos” de todos os tipos, classifica-los seria tarefa árdua, principalmente quando nos voltamos para os meios de comunicação. Nas redes sociais as pessoas estão rodeadas de “amigos” onde é valorizada a quantidade ao invés da qualidade, mas, entendo que a amizade verdadeira não pode ser reduzida aos chamados “amigos virtuais” que comentam, compartilham e curtem suas ideias, pensamentos, fotos e vídeos. Os “amigos virtuais” que juram que te ama e te adora, mas quando te encontra na rua não é capaz de te reconhecer, certamente

sábado, 15 de março de 2014

Uma mulher chamada Abigail





“E era o nome deste homem Nabal, e o nome de sua mulher Abigail; e era a mulher de bom entendimento e formosa; porém o homem era duro, e maligno nas obras, e era da casa de Calebe”. 1 Samuel 25:3



Abigail encontra Davi


Autor: Cláudio Martucelli


Caros leitores, graça e paz a todos!

Toda vez que leio a Bíblia no livro de Samuel e me encontro com essa mulher maravilhosa e ímpar, chamada Abigail, fico igualmente fascinado por ver nessa grande mulher virtudes e qualidades ultimamente em estado de extinção. Abigail é uma mulher de coração generoso e de uma personalidade extremamente cativante, é realmente um belíssimo exemplo de mulher.
Boa leitura!

A história de Abigail foi registrada exatamente num período de muito conflito e autoritarismo, um período em que o machismo era extremamente predominante e não havia espaço para as mulheres. A brilhante historia dessa mulher aconteceu por volta do ano 1.000 A/C (antes de Cristo) em um ambiente conturbado e conflituoso.

Em Israel o clima político passava por constantes turbulências internas, de um lado o rei Saul sob o pretexto de combater o inimigo do reino e do outro Davi que fugia para sobreviver e esperar o tempo certo para ser aclamado rei desse reino. Depois que o Senhor Deus ordenou que o profeta Samuel ungisse Davi como rei de Israel, o rei Saul não lhe deu trégua e o buscou em todos os lugares, para se esconder Davi e seus 600 homens guerreiros passaram por um período de constante movimentação fugindo e se escondendo o tempo todo. 

Os esconderijos de Davi eram praticamente na região desértica as margens do Mar Morto, entre esses lugares destaco: En-Gedi, o deserto de Parã, o deserto de Zife, o deserto de Maon e aldeias como o Carmel (Carmelo) e Ziclague.
*Detalhe: Carmel ou Carmelo, não tem nada haver com o monte Carmelo, que fica 323 km ao norte de Israel próximo ao porto de Haifa, o Carmelo onde Davi peregrinava era uma pequena aldeia ao sul de Hebron, herança de Calebe e quem ali vivia era denominado: carmelitas.

“E Davi permaneceu no deserto, nos lugares fortes, e ficou em um monte no deserto de Zife; e Saul o buscava todos os dias, porém Deus não o entregou na sua mão”. 1 Samuel 23:14

Nabal, o sem juízo.

Nessa região desértica, na cidade de Maon havia um homem muito rico e poderoso chamado Nabal, naquele lugar todos sabiam das atrocidades praticadas por esse fazendeiro que também possuía terras na aldeia do Carmel e um notável rebanho de quatro mil ovelhas e cabras.
As Escrituras Sagradas apresenta Nabal, que em hebraico significa “sem juízo”, como um homem duro e maligno nas obras, soberbo, arrogante e completamente perverso. 

Aconteceu que por ocasião da tosquia de suas ovelhas, Nabal foi ao vilarejo do Carmel recolher a sua grande produção de lã e como pretendia passar alguns dias tosquiando, levou uma abundancia de víveres para si e seus funcionários. Quando Davi soube desses relatos imediatamente enviou 10 jovens em seu nome pedindo um pouco de alimento ou de lã, qualquer coisa, qualquer ajuda seria bem vinda. 

Tenho certeza que Davi e seus homens esperavam receber alguma ajuda de Nabal, até porque Davi estava sempre naquela região e nunca agrediu um servo ou roubou uma só ovelha daquele fazendeiro e mesmo naquela situação adversa jamais ofendeu ou causou dano algum aos pastores ou ao rebanho. A presença constante daqueles homens guerreiros na aldeia do Carmel, de certa forma era uma garantia e proteção aos servos e rebanho de Nabal e por isso acreditavam que receberiam alguma ajuda daquele homem rico, mas, para a surpresa e fúria de Davi o louco Nabal não só negou a ajuda, como também o desprezou e o esnobou.
“E Nabal respondeu aos criados de Davi, e disse: Quem é Davi, e quem é o filho de Jessé? Muitos servos há hoje, que fogem ao seu senhor”. 1 Samuel 25:10. 

Nabal demonstrou que não tinha nenhuma consideração a Davi e ignorando qualquer reação do guerreiro “fugitivo”, continuou dizendo:
“Tomaria eu, pois, o meu pão, e a minha água, e a carne das minhas reses que degolei para os meus tosquiadores, e o daria a homens que eu não sei donde vêm”? 1 Samuel 25:11. 

Pronto, a confusão estava feita!
Por causa da arrogância de Nabal muitos inocentes que não concordavam com suas atitudes estavam prestes a morrerem. Em algum lugar próximo dali os 10 jovens contaram a Davi todo deboche que aquele fazendeiro fez do seu nome, falaram de sua arrogância e da falta de respeito ou consideração por Davi e seus homens.  

Tomado pela fúria e o ódio, Davi ordenou que os seus homens cingissem suas espadas e se preparassem para uma carnificina na casa de Nabal, a fúria de Davi era tão impetuosa que ali mesmo diante de seus homens, fez um juramento no qual prometeu matar a todos, inclusive as crianças.
“Assim faça Deus aos inimigos de Davi, e outro tanto, se eu deixar até amanhã de tudo o que tem até mesmo um menino”. 1 Samuel 25:22.
Como podemos ver, o pavio da bomba estava acesso e na iminência de estourar. 
Alguém precisava com urgência apagar o pavio e aplacar a fúria de Davi, ou todos morreriam.  

É aqui que surgi Abigail.

Abigail que em hebraico significa “meu pai é alegria”, é apresentada nas Escrituras Sagradas como uma mulher de bom entendimento e formosa, uma mulher rica, discreta e graciosa. Mas, quando começo a meditar no dia-dia daquela mulher com seu marido, chego a conclusão de que a maior formosura de Abigail estava no seu interior, na sua personalidade cativante.
“Mas o homem encoberto no coração; no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus”. 1 Pedro 3:4.

Abigail não sabia o que estava acontecendo, pois não estava presente quando os 10 jovens enviados por Davi foram até Nabal. Porem, temendo o pior e sabendo que pouco tempo lhe restava

domingo, 9 de fevereiro de 2014

O jovem que tinha cinco pães e dois peixinhos








"Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos; mas que é isto para tantos?". João 6:9.

O Jovem que tinha 5 pães e 2 peixinhos


Por: Cláudio Martucelli 


Amados em Cristo, paz e graça a todos.

Caros leitores, hoje eu quero compartilhar com vocês mais uma bela mensagem de fé que muito acrescentará em vossa jornada cristã. Boa leitura. 


Durante todo ministério de Jesus aqui na terra, por onde ele passava multidões o acompanhavam. Pessoas de todo território israelense e até mesmo de outras nacionalidades vinham buscar em Jesus algo que em nenhum outro era possível encontrar. Certo dia na região da Galileia próximo a Tiberíades, em um lugar ermo e distante da cidade, Jesus estava anunciando as boas novas do Reino de Deus a uma grande multidão que insistia em ficar e ouvi-lo. Ao cair da tarde um de seus discípulos preocupado, pediu a Jesus que despachasse a multidão a fim de que eles voltassem e comprassem algum alimento nas aldeias.  

A multidão


Nas Escrituras Sagradas percebemos que a notoriedade dos feitos de Jesus tomou proporções alarmantes, visto que sua fama ultrapassava fronteiras e tocava nos corações famintos por Deus. Muitos o reconheciam como o Messias prometido, outros como um grande Profeta e por isso bastava saber onde Jesus ia estar presente para imediatamente se aglomerar imensa multidão. Mas afinal, quem estavam entre essa imensa multidão que o buscava? Segundo o apóstolo João:

"E grande multidão o seguia, porque via os sinais que operava sobre os enfermos". João 6:2

Aquela multidão era composta por no mínimo 7 grupos de pessoas, ou seja: 

1- fariseus, os quais buscavam encontrar falhas em Jesus a fim de acusa-lo.
2 - religiosos preconceituosos e opositores.
3 - pessoas materialistas focadas em bens materiais ou que buscavam uma cura ou libertação, buscavam uma bênção.
4 - pessoas que gostavam de ouvir as sábias palavras do Mestre.
5 - pessoas incrédulas que buscavam sinais para poder crer.
6 - pessoas vazias e famintas do verdadeiro alimento que sustenta a alma e o corpo, a palavra de Deus. 
7 - e havia também, os verdadeiros adoradores que serviam a Jesus com sinceridade e verdade.

Todavia, como podemos observar a imensa maioria das multidões que o seguia tinham propósitos divergentes e na maioria dos casos egoístas e nocivos. Buscavam Jesus por interesses, com os lábios, mas os corações estavam amargurados e distantes, era uma vergonhosa busca por conveniência e egoísmo.

O jovem 

Naquele dia ainda cedo um jovem rapaz acordou disposto a fazer algo diferente, lavou o rosto, tomou seu café e com a alma faminta do verdadeiro alimento foi ao encontro de Jesus. Mas, ao contrário daquela multidão egoísta, aquele jovem decidiu levar em sua mochila cinco pães de cevada e dois peixinhos, talvez pretendendo compartilhar seu almoço com mais alguém, ou talvez uma oferta de gratidão ao Senhor Jesus. 
É fato que ele não pretendia voltar logo e se preparou para realmente ficar com Jesus, ele não foi interessado em receber um bem material ou receber uma bênção, mas, foi com o objetivo de ofertar, servir e adorar ao Senhor Jesus.

O tempo passou e ao final da tarde aquela multidão estava faminta, certamente Jesus já havia anunciado as boas novas, o amor do Pai e as suas parábolas, mas, era tão bom ouvi-lo que o tempo voou e quando perceberam já era tarde, entretanto, como buscavam um milagre insistiam em ficar. Naquele momento os discípulos de Jesus preocupados pediram que Ele despachasse o povo a fim de que fossem e comprassem algum alimento nas aldeias. 
"Então Jesus, levantando os olhos, e vendo que uma grande multidão vinha ter com ele, disse a Filipe: Onde compraremos pão, para estes comerem?". João 6:5

Filipe espantado, disse que nem mesmo duzentos dinheiros seriam o suficiente para comprar pães e alimentar aquela imensa multidão. Para termos ideia um dinheiro ou denário era o salário de um dia de trabalho, logo, duzentos dinheiros ou - denários eram equivalentes a seis meses e 20 dias de trabalho e mesmo assim não seria suficiente para comprar alimento para aquela multidão. O Apóstolo João revela ainda que aquela multidão tinha cerca de cinco mil homens sem contar as mulheres e crianças, portanto, acredito que naquela multidão havia entre 10 mil a 13 mil pessoas no total. 

"E disse Jesus: Mandai assentar os homens. E havia muita relva naquele lugar. Assentaram-se, pois, os homens em número de quase cinco mil". João 6:10. 

Era realmente impossível alimentar aquela multidão naquele lugar ermo e isolado. Mas, para glória de Deus aquele jovem que desde cedo estava com seus cinco pães e dois peixinhos, viu naquele momento uma grande oportunidade de cooperar com o reino de Deus e não pensou duas vezes, chamou André e disse:
- Olha senhor, eu trouxe 5 pães e 2 peixinhos, tomai e levai ao Mestre.  Aleluias!

Essa atitude revela não apenas um coração voluntário e fraterno, mas, sobretudo um jovem confiante e com o coração cheio de fé. Com uma atitude totalmente contrária ao do discípulo André, o jovem